16.5.07

"eita, mundo velho sem porteira"
é a frase que trago comigo,
como um molho de chaves velho
costurado ao meu umbigo.

então abro a porta surda,
pontilhada por meus dedos no ar,
revejo meu pai sereno -
como poucas vezes -
a resmungar:

"eita, mundo velho sem porteira!",
e tudo parece fazer sentido:
não há porta, não há janela,
nem tecido de mundo poído.

2 comentários:

bonina disse...

mundo velho sem porteira, mulher, esse eh o melhor que ha!
saudades de tu...

Prospero di Milano disse...

Eita poeminha bandeiriano da gota. Lindo.

Bem vinda de volta!

Bjos,
Siri