"eita, mundo velho sem porteira"
é a frase que trago comigo,
como um molho de chaves velho
costurado ao meu umbigo.
então abro a porta surda,
pontilhada por meus dedos no ar,
revejo meu pai sereno -
como poucas vezes -
a resmungar:
"eita, mundo velho sem porteira!",
e tudo parece fazer sentido:
não há porta, não há janela,
nem tecido de mundo poído.