31.1.08

de cama
acometida da vida toda
hospedeira das possibilidades que esperam ser escolhidas
cada uma pedindo para comer um terço de minha história -
ou, as mais famintas, minha história inteira

sempre vivi com sentimento de pedaço que falta
e com o egoísmo de nunca ter perguntando
a quem quer que fosse, amigo ou desconhecido,
se lhe faltava algo também

agora me derramo gorda sobre as horas de preguiça e luxúria
e para cada pecado uma sentença cruel - por favor -
porque não me poupo de ser algo em dor,
algo em transe
e perigoso
algo que amedronta e ama descomedidamente
como soluço ininterrupto,
como febre que não passa
e leva à morte por brincadeira.

2 comentários:

Prospero di Milano disse...

Eita,

baixou a Hilda Hilst na mulé!

Bonito
Beijo

Carloz disse...

acho que entendi, tais comendo até morer?

uma chuva não vai estancar nosso amor, hein?

ta escrevendo pouco. um baijo me lhiga.