14.4.05

quando lembro de mim,
lembro de meus pés grandes pisando o chão
e de como são magros os meus dedos

de como os caminhos se abrem e vão
a se desenrolar como novelos

quando lembro de mim
eu penso em saudade
e no meu colo vazio que grita

e em alguma verdade infinita que abarque
o porquê de toda minha vida

e calo e choro e sonho,
levantando um templo sem fim,
pois quando lembro de mim
não há nada mais tristonho,
bisonho, medonho,
parece que estive sempre só,
enfim.

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